domingo, março 16, 2008

Ainda estou viva

Pois é. parece que ainda ando por cá. Eu sei que quase um ano de ausência é uma vergonha, mas penso poder atribui-lo à conjuntura. Afinal, a conjuntura é uma gaja com as contas largas e se os políticos a podem culpar de tudo porque é que eu não posso fazer o mesmo?
Já tinha tantas saudades de escrever e só agora que me sentei em frente ao teclado e comecei a carregar nas teclas é que vi a falta que sentia de estar a fazer isto: desabafar para um ecran em branco.
Entretanto passou-se quase um ano, o que é que mudou em mim entretanto? Praticamente nada, tirando que talvez esteja mais parva do que antes, se é que isso é humanamente possível.
Mas afinal o que é que eu andei a fazer desde Maio de 2007 até hoje para me ter mantido tanto tempo afastada deste palco? Nada de especial é a resposta menos interessante e mais verdadeira que existe, mas ainda assim vou tentar ser um pouco mais explícita. Em Junho voltei a trabalhar na Caixa Geral de Depósitos, desta vez na agência das Olaias, onde fiz essencialmente tesouraria. Se no ano anterior tinha adorado a experiência que tive na Gare do Oriente, neste ano tive apenas a confirmação de que adoro fazer aquele trabalho, do qual tenho muitas saudades. Quase tantas como dos colegas fora de série que tive nas duas agências.
Na altura em que estive nas Olaias, mudei-me também para casa da minha avó em Odivelas para evitar andar a gastar tanto tempo e dinheiro em transportes. Ora, a avó não tem net, por isso era complicado vir aqui escrever.
Entretanto, no fim de Setembro acabou o contrato temporário que tinha e vi-me forçada a dizer novamente adeus à Caixa.
Uma semana depois, na altura em que eu me estava a mentalizar para ficar mais 6 ou 7 meses desempregada, recebi uma chamada para ir a uma entrevista para um supermercado aqui perto da minha casa. Como é que isto aconteceu? É simples, antes de entrar para o banco em 2007, no auge do meu desespero de poder ficar desempregada para todo o sempre, sem sequer ter direito a subsídio de desemprego fui-me candidatar a operadora de caixa. Na altura em que me ligaram, lembrei-me exactamente do medo que sentia na altura em que me candidatei, por isso não hesitei e lá fui eu. Comecei a trabalhar no dia a seguir, dia 5 de Outubro.
Entretanto, em Novembro fui chamada ao gabinete do chefe de loja porque queria saber se eu estava disponível para assumir umas funções diferentes. Não é pergunta a que se responda com um não, portanto lá fui eu para o ficheiro. "Então foste promovida?" perguntam vocês. Eu explico e vocês dizem de vossa justiça: trabalho mais horas, tenho mais responsabilidades, tenho os patrões e os chefes sempre à perna e como deixei de fazer os domingos e as noites ainda ganho menos. Mas até tenho conhecido umas pessoas muito interessantes, umas que sinto que estão do meu lado para me ajudarem a manter no caminho certo e outras que tenho descoberto que estão do meu lado para me tentarem empurrar para a berma. Segundo consta, ando-me a aguentar melhor do que muitas pessoas esperavam e, para mim, isso é uma vitória.
Desta experiência estão a ficar algumas aprendizagens que tenho feito, essencialmente sobre as pessoas em si, sobre como devemos pensar pela nossa própria cabeça e sobre como devemos manter sempre a nossa perspectiva pronta a mudar face ao que vamos aprendendo em relação a nós próprios e a tudo o que nos rodeia.

1 comentário:

Anónimo disse...
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