quarta-feira, março 31, 2004

Falem português, porra!

Da última vez que confirmei estava em Portugal e a língua oficial deste país era o português. Não sei se entretanto mudou, espero que não porque eu tenho muito orgulho na nossa língua. Não tenho é muito orgulho em algumas das pessoas que nos representam, mas isso é outra história.
Também não tenho qualquer problema com o facto de certas pessoas dizerem que têm uma segunda língua, como por exemplo o inglês. Eu própria o faço e acho que não há mal nenhum nisso. No entanto o português é a nossa língua, algo do qual nos devíamos orgulhar, que devíamos respeitar e usar sempre que seja possível.
Por tudo isto, fez-me bastante confusão ouvir o nosso Presidente da República chegar a Espanha e falar em espanhol para os jornalistas espanhóis. Que eu me lembre nunca ouvi o Aznar, das várias vezes que ele cá veio, falar em português para os nossos jornalistas. Ele fala espanhol e quem perceber percebe, quem não perceber paciência.
Não digo que adoptemos uma posição arrogante do género “eu sou português, logo só falo português” mas que tenhamos alguma dignidade. Se nós percebemos os espanhóis eles com certeza que também nos percebem.
Mas ainda pior do que isso e algo que me mete realmente nojo é ouvir em anúncios expressões como “call center”, “case study” e tantas outras que tais. Se não houvesse uma tradução para português era uma coisa, mas na maioria dos casos até há e bastante fácil, são até expressões que toda a gente conhece. O problema é que as pessoas têm tendência para, estupidamente, pensarem que uma expressão em inglês no meio de uma frase dá-lhe um toque de classe. Eu acho que dá classe de parvo, mas isso sou eu.
Por isso falem português, porra!

quarta-feira, março 24, 2004

O passageiro adormecido

Estou à espera do dia em que vou calmamente sentadinha no comboio e surge o Sr. Pica (nome que eu dei aos revisores - acho que é muito mais explicativo das funções que desempenham). Como eu sou uma menina comportadinha tiro logo o meu bilhete para mostrar, porém o senhor que está três metros à minha frente está a dormir. Então o Sr. Pica prepara-se para o acordar com aquele toque no braço que ele aprendeu na escola de Srs. Picas. Assim que toca no passageiro adormecido este levanta-se, saca de uma arma do coldre que até então tinha permanecido oculto e começa a gritar com o ar mais alucinado do mundo "nunca me hão de apanhar...são Eles, Eles andam à minha procura...perseguem-me porque eu sei de mais...mas eu mato-os...e depois mato-me...nunca me vou deixar apanhar...(enquanto solta risos histéricos e psicóticos)".
Até que finalmente olha em seu redor e percebe onde está, olha para o Sr. Pica (que por esta altura tem as calças molhadas e uma poça aos pés) esforça-se por sair do transe em que se encontrava, tira o bilhete do bolso, mostra-o e diz "desculpe, pensava que era outra pessoa".

P.S. Esta ideia surgiu-me, não sei bem como, quando ía no comboio para casa. Fiquei assustada com o meu delirio.

Inquietações

Hoje de manhã perdi a cabeça e decidi pedir uma queijada de laranja para acompanhar o meu café.
Foi aí que me surgiu uma questão que me está a inquietar e que quero partilhar convosco: porque é que chamamos "queijada" a um bolo que nem sequer leva queijo?
As minhas preferidas são as de leite, mas esta até estava boa.

terça-feira, março 23, 2004

Acho que o Sr. Zapatero faz muito bem em mandar retirar as tropas espanholas do Iraque. É a atitude ideal de quem pretende demonstrar que ataques terroristas são a melhor forma de atingir um propósito. Aí está uma boa forma de se aprovar o velho ditado "não olhar a meios para atingir os fins".

Por outro lado:
O ex-Predidente desta bela República em que vivemos demonstra cada vez mais que não está na plena posse das suas faculdades mentais. Prova do seu avançado estado de senilidade são as recentes declarações nas quais propôs que se dialogasse com os terroristas.
Tentei fazer uma análise destas declarações, mas não consegui pois o nível do ridículo é tão grande e a baboseira de tão elevado calibre que não me pareceu apropriado estar a acrescentar alguma baboseira da minha autoria, correndo o risco de baixar o nível.

sábado, março 20, 2004

Um rasgo de imaginação

Há ideias que devem exigir um grande esforço mental, criatividade e imaginação. Há outras que não.
A TVI tem uma nova série portuguesa que se chama "Inspector Max". O Max é um cão, mais precisamente um pastor alemão que "trabalha" para a polícia. Parece-vos familiar?
Pois é, a SIC passa, há já alguns anos, uma série alemã que se chama "Rex, o cão polícia".
Imagino as horas, dias ou até mesmo meses que demorou a surgir a ideia da série da TVI...Pelo menos tinham arranjado um cão de uma raça qualquer portuguesa, sempre disfarçava um pouco.

500

Há três motivos que me fazem continuar a escrever neste blog: a minha loucura, as loucuras que vejo à minha volta e o estímulo que vocês me dão por continuarem a visitar e a comentar este espaço de baboseiras.
Portanto, deixo aqui o meu agradecimento a todos aqueles que fazem com que o número de visitantes continue a aumentar e a todos os que deixam as suas baboseiras.

quarta-feira, março 17, 2004

Apenas 600km...

Actualmente estou a viver um complicado momento famiiar devido aos recentes acontecimentos em Espanha.
A minha irmã anda preocupadíssima com a possibilidade de haver atentados em Portugal, diz que não quer morrer nova, que tem planos para o futuro e ainda há muitas coisas que ela quer fazer (ainda bem que uma de nós tem a vida tão definida!).
A minha mãe vai repetindo uma frase à qual já me estou a habituar: "Estamos só a 600 km de Madrid...".
Por outro lado, eu estou bem mais calma e não tenciono, de forma alguma, alterar o meu dia-a-dia em função de um possível atentado terrorista. Estou consciente de que tal pode, efectivamente, vir a acontecer, mas também a noção de que não há nada que eu possa fazer para o evitar.
Citando a grande pensadora contemporânea Lili Caneças "só não queria morrer estupidamente como o futebolista" - que pérola...deve ter estado horas para dizer algo tão brilhante!

sábado, março 13, 2004

Relativizar as situações

Conheço uma rapariga que se chama Susana e mora nos subúrbios de Madrid.
Todos os dias, quando sai do trabalho, a Susana apanha o mesmo comboio, sempre à mesma hora. O tal comboio que ontem foi alvo de uma ataque terrorista.
Porém, ontem ela ía fazer o exame de condução e saiu mais cedo do trabalho.
Chumbou no exame, mas é engraçado ver como certas situações perdem importância perante acontecimentos como os de dia 11 de Março.

sexta-feira, março 12, 2004

Barbie II - a verdadeira história

É impossível pensar na Barbie sem me lembrar do seu novo estado civil: divorciada (ou separada, aquela relação nunca foi muito bem esclarecida). Esta situação leva-me a reflectir sobre a hipocrisia da Matel. Porque é que eles não revelam as verdadeiras causas desta separação?
Eu soube, de fonte segura, de toda a história e vou partilhá-la convosco.
Há uns tempos atrás a Barbie engravidou do Ken (sim, o filho era mesmo dele), o que lhe iria trazer graves problemas (para além de ser impossível ter filhos com aquela cintura, a carreira dela ía por água abaixo), por isso a boneca resolveu ir a Espanha fazer um aborto (ou IVG como agora se chama). No entanto o Ken não conseguiu ultrapassar esta situação (ele queria mesmo ter um filho, mas não era capaz de encarar a adopção - os homens só pensam neles!) e começou a traí-la com a sua congénere havaiana. Quando a Barbie soube (devido a marcas de baton e perfume de outra boneca nas roupas do Ken - para além de ser egocêntrico também tem um intelecto muito reduzido) ofereceu-lhe um par de patins pelo Natal. Quem não o faria?
Mas a história não acaba aqui. A boneca conseguiu finalmente ultrapassar este drama familiar graças ao apoio da sua amiga Cindy, no entanto a amizade acabou por evoluir para um terreno diferente (estavam ambas muito carentes e o resto já sabem como é) e agora vivem juntas e não escondem a sua relação amorosa. A Barbie confessou que nunca antes foi tão feliz e que sexualmente está muito mais satisfeita...parece que o Ken era uma verdadeira nódoa na cama.

Barbie I

A Matel anunciou o lançamento da Barbie portuguesa. Nem sequer vou falar das possibilidades de indumentária que me ocorreram - vou esperar para ver (e depois poder gozar! eh eh!).
Esta notícia fez-me reflectir sobre uma questão importante: É inevitável pensarmos na Barbie sem nos lembrarmos do estrondoso êxito dos Aqua "Barbie Girl". Se bem se lembram, a música dizia "I'm a Barbie girl in a a Barbie world/ life is magic, it's fantastic/ you can brush my hair/ undress me everywhere/ imagination, life is your criation".
Se é verdade que estes versos reflectem a vida da boneca estamos perante uma situação preocupante e ou a Barbie tem graves problemas mentais e vive num mundo completamente desligado da realidade ou então anda sempre a alucinar devido às enormes quantidades de drogas que ingere.

terça-feira, março 09, 2004

Na minha opinião as melhores prendas são aquelas pelas quais não esperava, podem ser pequenas mas ganham um significado especial.
Estou a atravessar um período complicado. Praticamente perdi o contacto directo com a maioria dos meus amigos, nunca os vejo e quando falamos é através do messenger, o que, convenhamos, não é a forma ideal para ter conversas em condições. Os poucos, muito poucos, que tinha próximo de mim (à distância de um braço) voltaram-me as costas.
No entanto, tal como se diz "fecha-se uma porta e abre-se outra". São portas inesperadas e que, precisamente por o serem, vêm revestidas de um reconforto tão esperado e do qual preciso deseperadamente.
Talvez esteja a levar a situação ao extremo, mas é mesmo assim que eu sou: "ou tudo ou nada", não me contento com meios termos...mas isso já é outro post.
O tempo em que estou sozinha durante o dia é dedicado, quase na sua exclusividade aos meus pensamentos.
Quando vou nos transportes públicos vou frequentemente a olhar para o vazio, devo parecer algo apática ou alucinada, mas os meus pensamentos estão a correr a uma velocidade impressionante, de facto é a altura do dia de maior actividade, fico de tal forma imersa que chego a perder-me no metro! É verdade, sei que parece estranho, mas apanho a linha errada.
No entanto estas, quase, diarreias cerebrais nem sempre acontecem em alturas em que estou realmente sozinha. Há certos momentos em que apesar de estar rodeada de gente sinto-me sozinha na mesma e aí fujo para os meus pensamentos.
É um mundo em que reflicto sobre quase tudo: o que fiz e o que não fiz, o me fizeram e o que não me fizeram. Agora vocês estão, provavelmente, a pensar "porra, que gaja egocêntrica", mas eu também penso sobre o que se passa à minha volta, tanto que é durante estes momentos que me surgem a maioria dos textos que aqui ponho, mas noutros momentos surgem pensamentos tão meus que sou incapaz de partilhar. Podem não ser muitos, mas são aqueles que são só meus e que não devem ver a luz do dia.
Hoje revoltei-me e decidi vir actualizar o blog no estágio!
Ah ah!
Mas apenas depois das 17.30! Como me disseram: sou uma rebelde com o rabo entre as pernas!

sábado, março 06, 2004

"Handsome Man - um homem de sonho"

Há uns dias atrás vi o homem de sonho de qualquer mulher. Fiquei tão impressionada que nem tive tempo de lhe pedir o número de telefone, mas vou descrevê-lo para que possam imaginar a personagem.
Para começar digo-vos que tinha uma espécie de poupa à Elvis. Vestia uma camisa com riscas muito coloridas, apertada só até meio e por baixo usava a bela da camisola (possivelmente de alças) branca.
A cereja no topo do bolo era o cordão dourado com um crucifixo (um homem religioso como se quer). Não sei bem se levava alguma almofada ou não, mas tinha uma peitaça que mais parecia um galo.
O resto não consegui ver, mas calculo que tivesse uma pulseira e um anel (tipo cachucho) no dedo mindinho, isto é, os acessórios indipensáveis ao nosso "handsome man".
Para que fosse o homem perfeito teria de ter também a bela da "unhaca" para desempenhar as mais variadas tarefas, como por exemplo tirar cera das orelhas.
Adorava tê-lo ouvido a falar, pois se ele era o verdadeiro, o original, devia ser uma coisa do outro mundo.
Conseguem ouvir a música: handome man walking down the street..tralala...tralala

Explicações à minha legião de fãs

Em primeiro lugar queria pedir desculpas pela presunção de pensar e afirmar que tenho uma legião de fãs, mas foi algo que eu sempre quis dizer.
Agora passando à parte que me trouxe aqui (não literalmente porque eu já aqui está, mas...pronto, esqueçam).
Ultimamente tenho andado com dificuldades em actualizar o "espaço virtual de baboseiras" durante a semana e passo a explicar porquê:
1. Durante a semana passo o dia no estágio e lá a política de acesso à internet é algo rígida, nem sequer posso ir ver a minha conta de e-mail, mas algo me diz que daqui a algum tempo já me estou a marimbar para isso e passo o dia no blog;
2. Quando chego a casa venho, regra geral, demasiado cansada para vir para a net, até porque, depois da última conta de telefone os meus pais andam algo controladores acerca da hora de vir à net, vá-se lá saber porquê...
Portanto deixo aqui o meu pedido de desculpas, mas prometo vir cá todos os fins-de-semana e tentar começar a vir durante a semana.
De qualquer forma, muito obrigada por visitarem e comentarem.
No passado dia 29 de Fevereiro tive uma conversa pelo messenger que foi, no mínimo, surreal.
O meu interlocutor foi um gajo que eu conheço, namorado de uma gaja que em tempos eu considerei a minha melhor amiga. O jovem casal é, segundo parece, siamês e ele, transmitindo-me uma ideia produzida pelo cérebro siamês, disse-me que eu sou uma gaja excelente, que não tem nada a apontar-me, mas, infelizmente, não posso sair com eles porque não tenho ninguém para levar (eu subentendi namorado).
Ora bem, isto foi uma novidade. Ser posta de lado por usar óculos, ser gorda, usar aparelho, ser menos fixe do que os outros, sair menos do que os outros, (...), já me tinha acontecido e apesar de ser duro uma quase que se habitua porque sabe que é algo que apenas depende de nós, mas ser posta de lado por não ter namorado foi algo para o qual não estava preparada.
Pode dizer-se que este não foi o ínicio de semana que desejava. Fiquei de rastos e tentei concentrar-me ao máximo no trabalho que tinha para fazer, no então passei a semana toda super cansada e sensível (chorava por tudo).
Agora uma mensagem para o casal siamês: vocês não percebem que o facto de serem namorados não vos obriga a terem que estar sempre a comerem-se, independentemente do sítio onde estão? e que nem toda a gente encontrou o seu siamês? e, porra, se eu nunca vos pedi a caridade de me levarem convosco para qualquer lado, que raio é que vos fez pensar que eu quero estar convosco nalgum sítio, tendo em atenção a maneira como se comportam? Vão para o raio que os parta! Espero que sejam muito felizes juntos e que eu seja poupada a ter que aturar mais siameses!

Macdonald's

Acho fantástico aquilo que a Macdonald's anda a fazer. Então não é que a grande empresa que até tem uma fundação para ajudar as criancinhas veio lançar um pedido às Câmaras Municipais do país de forma a que estas selecionassem alunos pobrezinhos (porque fica sempre bem ajudarmos os pobrezinhos) mas que não podiam ser deficientes.
Note-se que os miúdos selecionados iriam entrar num campo de futebol, antes de um jogo para o Euro 2004, de mão dada com um dos jogadores.
A empresa alega agora que nunca fez esse tipo de exigências e que a única coisa que pedia era que os selecionados fossem capazes de "desfrutar" da sua participação.
Eu "desfrutava" imenso se ninguém se associasse a esta porcaria de campanha publicitária, de forma a mostrarmos que não nos baixamos perante todos os que aqui aparecem e que nem sempre somos tão frouxos como parecemos.