quarta-feira, setembro 08, 2004

A língua portuguesa nas escolas

Calma visitantes, não desesperem, o texto não vai ser nenhum tratado.
Tive uma colega na escola que reivindicava constantemente que era uma parvoíce o curso não ter uma disciplina de português. Nunca me dei bem com tal pessoa e espero não ter que voltar a lidar com ela.
Nunca pensei que ela chegasse ao cúmulo de repetir a mesma história no trabalho final do curso. Segundo esta mente iluminada uma das maiores falhas do curso era o facto de não haver uma disciplina de português.
Por algumas vezes tentei alertá-la para o rídiculo da sua afirmação, mas a pessoa dizia que durante os 12 anos de escola que precedem o ensino superior os seus professores de português não a ensinaram a escrever correctamente e portanto era obrigação da instituição de ensino superior fazê-lo (note-se que o ensino superior não é obrigatório). Quando ela dizia isto eu virava costas e ía-me embora. Era demais para os meus ouvidos.
Basta estarmos ligeiramente atentos ao mundo que nos rodeia, especialmente ao que é escrito para ver que as pessoas tratam muito mal o português. Frequentemente vemos erros ortográficos nos meios de comunicação social, em livros, nos próprios manuais escolares e isto só para falar nas pessoas que tinham obrigação de saber escrever em condições.
Penso que é importante valorizar-se o ensino do português, começando logo no primeiro ciclo, pois é aí que se adquirem as bases para o futuro. Se uma criança tiver um mau professor na primária vai ter muito mais dificuldades no futuro.
Tive uma excelente professora na primária, só foi pena ter descoberto isso apenas alguns anos depois. Hoje sei que se sei escrever alguma coisa isso deve-se a ela.
Durante cinco anos convivi com futuros professores e digo-vos que às vezes ficava assustada quando pensava que são aquelas pessoas que vão ensinar as crianças.
Como é que uma pessoa que dá erros ortográficos, não sabe pontuar um texto, tem dificuldades na construção frásica, não sabe conjugar verbos, etc, se pode tornar num bom professor?
Parece que afinal isto acabou por se tornar num mini tratado. Gabo a paciência de quem leu até aqui. Foi só um desabafo porque a hipócrisia repugna-me, atirar as culpas para cima dos outros mete-me nojo e o sistema "quem vier atrás que feche a porta" é desprezível.

Sem comentários: