Eram 7.30 da manhã, estava eu acabadinha de sair do banho e a preparar o meu pequeno almoço quando a minha avó chega ao pé de mim e diz:
"A nossa ameixeira dá tomates!"
Eu, meio adormecida, respondi com toda a minha eloquência matinal:
"aã? O que é que dá o quê?"
"A nossa ameixeira dá tomates!" - respondeu a avó com um sorriso.
Primeiro olhei à volta e pensei "porra, mas isto não é o Entroncamento, pois não?". Depois acordei e comecei a reflectir sobre as implicações disto.
Tinha que chamar já a TVI e preparar tudo rapidamente. Já estava a imaginar romarias para ver a minha ameixeira. Teria que cobrar "uma pequena quantia à entrada para despesas de manutenção da árvore milagrosa". Toda a gente havia de a querer ver, afinal se visitam santinhas que choram lágrimas de sangue, porque não visitar a minha árvore?
Ía ser um autêntico santuário. Até já estava a ter ideias para uma linha de merchandising. Estava tudo encaminhado e o dinheiro ía entrar a rodos!
Durante esta fracção de tempo a minha avó olhava para mim. Deve ter sido na altura em que viu o meu olhar a brilhar (era o reflexo do dinheiro que ía entrar) que ela se lembrou de dizer:
"Houve um pé de tomate que subiu pela ameixeira e agora parece que a árvore dá tomates em vez de ameixas, não é giro?"
De repente, o dinheiro que era bem mais giro esfumou-se, afinal só tinha uma história digna do Jornal do Insólito ou do Diabo com um título "Romance entre ameixeira e pé de tomate dá frutos (ou vegetais, neste caso)".
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