Há dias em que devíamos acordar, pressentir que ía tudo correr mal, virarmo-nos para o outro lado e voltarmos a dormir até ser manhã outra vez.
Poupávamos chatices, umas quantidade enorme de aborrecimentos e sempre descansavamos.
Se há dias assim, a quarta-feira foi, sem dúvida alguma, um deles. É impressionante como cheguei ao fim do dia e não consegui encontrar rigorosamente nada de bom.
O dia começou logo mal, o que me deixou com uma grande neura. Como diz o povão "o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita". O trabalho correu mal, a neura agravou-se, andava com umas trombas de palmo e meio nas quais toda a gente reparava.
Como me conheço minimamente bem, sei que o melhor que posso fazer nessas situações é ficar sossegadinha à espera que passe, é como a chuva, não há nada a fazer. Mas na quarta não deu, tinha coisas a tratar e não pude recolher-me.
Fui para casa e as coisas não podiam correr pior. Devo ter saído no sorteio do progenitor que estava deveras mal disposto, resultado: gritaria, acusações, a irmã a chorar e eu a tentar alienar-me da questão. Estar a dormir há meia hora e ser acordada porque tinha deixado umas coisas (dois tachos) desarrumados na cozinha não é bonito.
Surpreendentemente consegui abstrair-me, não pensar muito na questão e principalmente (a minha grande vitória) não responder para não piorar a situação.
Há muitos provérbios para ilustrar o que me estava a passar pela cabeça, mas há um que lá em casa é muito usado: "há mais marés que marinheiros" e eu preferi não alinhar naquele histerismo.
Como sempre, a mim dá-me com força mas passa-me depressa. No dia a seguir tudo estava bem comigo e a minha atitude era radicalmente diferente. Depois da tempestade veio a bonança...
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