Uma vez disseram-me "quando pensares que não pode haver nada pior do que determinada coisa, vai haver algo que te vai mostrar que é sempre possível ser ainda pior".
Ultimamente tenho andado com maior frequência nos autocarros da Boa Viagem que são os únicos que fazem carreiras para trás do sol posto, ou seja, onde eu moro.
Como tenho uma tendência para adormecer durante a viagem, costumo sentar-me nos lugares da frente onde é mais fácil perceber onde estou quando abro os olhos. O problema é que esses lugares também são os escolhidos por umas senhoras que gostam de ir o caminho todo a tagarelar sobre tudo e mais alguma coisa, oferecendo, aos restantes passageiros, as suas opiniões e comentários formulados como se fossem dogmas.
O grande prazer destas senhoras é debruçarem-se sobre a vida de outras pessoas e sobre o trânsito. No entanto, como observadora neutra, saliento que é impressionante o nível de barbaridades seguidas que elas conseguem dizer, principalmente quando fazem juízos de valor ou comentários sobre condução quando nem sequer sabem para que servem os pedáis.
É verdade, quando eu pensava que não havia nada pior do que conversas de elevador, eis que aparecem as conversas de autocarro. Esta variante das conversas de circunstância, utilizadas para quebrar silêncios incómodos e ocupar o tempo é tremendamente pior do que as de elevador por uma razão muito simples: eu fico dez segundos no elevador, mas a viagem de autocarro demora uma hora!
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